quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Utopias

O tempo parou e ela congelou nele. Parecia pisar em ovos. Talvez se apenas pensasse antes de articular não iria parecer tão imatura. Por quanto tempo poderia fazer isso era incerto. Foi levada pelas trocas. Informações descritas, observadas em cada gesto e olhar. Não pode sentir, apenas seguiu a formalidade das cirscunstâncias. Foi quando notou o violão. Não parecia ser grande coisa. De repente o som familar entrava por seus ouvidos. De alguma forma aquilo lhe tocara, talvez porque nos momentos mais dificeis era aquela canção que lhe trazia esperança. Repirou fundo. Coincidências acontecem o tempo todo. Tentava fixar o olhar em algum retrato ou apenas no reflexo do espelho. Não se permitia olhar em seus olhos, tinha medo de se envolver sozinha. Seus pensamentos fluiam como uma correnteza. Aqueles dias passaram tão rapido. Ainda inconformada por não ter ido a festa se divertir com os amigos pedira à Deus que lhe mostrasse o Seu plano para sua vida. Não sabia porque, apenas sentia que não deveria ir. Mas nada mais fazia sentido. Ultimamente só estudava e se envolvia cada vez em mais coisas tentando encontrar algo. E com o tempo se tornara parte de tudo o que fazia, cada dia, cada minuto era planejado. Não dependia dos outros, sentia que começava a ser livre. Mas sentia falta de alguém. Alguém que pudesse compartilhar os seus dias e suas descobertas. Foi então que o telefone tocou. Uma ligação inesperada. Não tinha certeza de que deveria prosseguir. A situação era delicada. Não sabia até que ponto poderia seguir sem medo. Se perdesse o medo poderia então se machucar novamente. Mas alí estava ela. De repente outra canção lhe interrompeu os pensamentos. Desta vez ficou perplexa. Ficara meses tentando encontrar a melodia e ouvira esta durante vários dias. Tudo que queria enquanto a ouvia era conhecer alguém que um dia a tocasse para ela. Ficou com vergonha dos própios pensamentos com medo que pudessem ser ouvidos. Desviou seus olhos rapidamente. Sentia seu rosto enrubescer. A tarde se foi. Então se viu rodeada de pessoas que não conhecia. Não sabia o que fazia alí. Não podia saber o que se passava na mente dele. Era reservado. Tinha poucas expressões. Mostrava-se pouco a vontade em determinados momentos. Parecia tentar decifrá-la. Então, atordoada por todos aqueles pensamentos e pessoas desconhecidas, decidiu que era hora de ir. Sentia apenas que aquilo tinha sido em vão. Mais perguntas. Repostas. Ela não conseguia prestar muita atenção no que ele dizia. Queria chegar logo. Não poderia esconder sua expressão por muito tempo. Seus pensamentos martelavam. Não via uma continuidade naquilo. Ele não parecia interessado. Saiu sem comprimenta-lo. Sentia-se ridícula. Agira como uma criança asustada. Alardeada por sua voz e sua gentileza não conseguia fugir. Dormiu. Uma surpresa. A sua percepção talvez tivesse ficado ruim com o passar dos anos. Ela o veria novamente. Então o dia ficou diferente. Começou a rir e não sabia porque.
Chegou o dia. Não conseguia escolher nada para vestir. Finalmente achou uma roupa. Só o que imaginava era o que iriam conversar. Ultimamente só sabia falar sobre a fisiologia do corpo humano, doenças e talvez sobre ajuda humanitária. Aquilo seria enfadante. Procurou não ter muitas expectativas. A cada andar que o elevador descia sua mão parecia mais fria. Sentiu-se extremecer. Isso a deixava bastante irritada. Já não era mais uma pré adolescente. Não poderia ser tão dificil assim agir naturalmente. Sua voz penetrava em seus ouvidos. Sem saber o porque, sentia-se calma. Era como se nada mais pudesse atingí-la. A conversa fluia facilmente. O som do mar era tranquilizante. A pessoas passando. Aqueles olhos profundos. O jeito de falar tranquilo. Como ele podia estar tão calmo? O silêncio. O beijo. Suave, podia sentir cada parte da sua boca. O tempo parou. Não havia pressa. Suas palavras doces. E tudo que pensava era de onde ele havia vindo. Onde havia se escondido por todo este tempo. Então o dia acabou. E os telefonemas vieram. As menssagens inesperadas. Sentiu que podia se soltar. Aos poucos deixou que os sentimentos brotassem e não impediu que crescessem. Se viu fazendo concessões. Chegou até perambular por um casamento talvez. Mas não se permitia ir tão afundo muito cedo.
O tempo foi passando. E percebeu que alguma coisa acontecera. As menssagens reduziram. Os telefonemas foram cessando. Não conseguia entender. Estava tão envolvida que não conseguia retroceder. Podia enumerar motivos. Apenas não aceitava. Não podia procurá-lo. Sentia-se mal. Confusa. Se procurasse talvez o estivesse pressionando ou mesmo o assustando. Era incapaz de conter seus sentimentos. Mas queria respeitá-lo. Os dias pareceram anos. Temeu nunca mais encontrar alguém como ele. Tentou demonstrar-se natural. Não queria parecer que se entregara tanto. Pensava em todas as vezes que mostrou seus sentimentos e recebeu de volta o silêncio. Por fim, precisava falar. Não iria suportar ir embora sem dizer que não queria ir. Mas se ele estivesse confuso, talvez não fosse o melhor momento para se expressar. Tic tac. Ele se foi.

3 comentários:

Gustavo disse...

-.-

Livy disse...

HI EMY,
hoho!
i'm back !
auhauahauha

buenos dias friend =]

Priscila Ferreira disse...

Amigaaaaaa!
Amei demais.
Você deveria escrever um romance.
Sou sua fã! =) hahaha
Sabe que qualquer coisa pode gritar!
Amo você!

Pri Loira.